Um estudo norte-americano publicado na revista "Cancer Epidemiology Biomarkers and Prevention” apontou que o câncer colorretal teve crescimento mundial que varia de 11% a 92%, no período de 1983 a 2002. Segundo os pesquisadores, o aumento da incidência pode ser atribuído a um maior consumo de carne vermelha em detrimento de frutas, verduras e cereais.
A pesquisa avaliou dados de pacientes em 51 países. Em 27 deles, distribuídos nos cinco continentes, foi constatado o aumento desse tipo de câncer. Em todo o mundo, foi o terceiro tumor mais frequente entre mulheres e o quarto entre homens.
Em São Paulo, por exemplo, o câncer colorretal é o segundo de maior incidência entre mulheres – só perde para o câncer de mama – e o terceiro entre os homens, atrás dos cânceres de próstata e de traqueia, brônquio e pulmão. No Brasil, ocupa o terceiro lugar entre as mulheres e o quarto entre os homens, segundo dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer).
Em números absolutos, a mortalidade por esse tipo de câncer no País também deu um grande salto na última década. Entre homens, passou de 2.843 (em 1996) para 5.142 (em 2006), significando um aumento de 81%. Entre mulheres, o aumento foi de 69% (de 3.352 para 5.679).
De acordo com estimativas do INCA (instituto Nacional do Câncer), o número de novos casos de câncer de cólon e reto estimados para o Brasil no ano de 2008 era de 12.490 em homens e de 14.500 em mulheres. Ou seja, seriam 13 novos casos novos para cada 100 mil homens e 15 para cada 100 mil mulheres. Mas pacientes abaixo de 40 anos também podem desenvolver a doença. Nos Estados Unidos, o câncer colorretal é o segundo tipo de câncer que mais mata, provocando cerca de 55 mil mortes por ano. Neste país, mais de 138 mil novos casos são diagnosticados ao ano. Em termos de incidência, o câncer de cólon e reto é a terceira causa mais comum de câncer no mundo em ambos os sexos e a segunda causa em países desenvolvidos.
“Quando a doença é diagnostica em estágio inicial, a sobrevida para este tipo de tumor maligno é considerada boa”, afirma o cirurgião do aparelho digestivo, Dr. Alexandre Sakano. Um estudo recente da revista New England Journal of Medicine demonstrou que 90 % dos pacientes poderiam se curados se submetidos a exames precoces na detecção do câncer colorretal.
O câncer colorretal é um tumor maligno que atinge o cólon e o reto, dois componentes do sistema digestivo conhecido como intestino grosso. Mulheres têm a mesma chance que homens a doença é mais freqüente em pessoas acima de 50 anos, principalmente naqueles que tem histórico familiar da doença ou com doenças digestivas crônicas, mulheres que tiverem câncer de ovário, endométrio ou mama. Dieta à base de alimentos com alto teor de gordura, consumo excessivo de carne e baixo teor de ingestão de cálcio e vegetais predispõem também à manifestação da doença. Também são fatores de risco a presença de doenças inflamatórias do cólon como retocolite ulcerativa crônica e doença de Cronh, algumas condições hereditárias (polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC).
“As pessoas devem ficar atentas para sintomas, como dor abdominal, gases constantemente, sangramento nas fezes, alteração do hábito intestinal intercalando por constipação e diarréia e sensação que o intestino não esvaziou todo após evacuar”, ressalta o especialista.
O câncer colorretal, quando detectado em seu estágio inicial, possui grandes chances de cura, diminuindo a taxa de mortalidade associada ao tumor. Pessoas com mais de 50 anos devem se submeter anualmente ao exame de pesquisa de sangue oculto nas fezes. Indivíduos com exame positivo devem realizar colonoscopia. Indivíduos com histórico pessoal ou familiar de câncer de cólon e reto, portadores de doença inflamatória do cólon (retocolite ulcerativa e doença de Chrohn) e de algumas condições hereditárias (FAP e HNPCC) devem procurar orientação médica.
Uma dieta rica em frutas, vegetais, fibras e cálcio ajuda a prevenir a incidência deste tipo de câncer. “Evitar o excesso de consumo de gorduras animais, de bebidas alcoólicas e do fumo também é uma boa medida preventiva”, esclarece o médico.
O tratamento do câncer colorretal é, primariamente, cirúrgico, em que é feita a retirada da parte do intestino afetada e os linfonodos próximos a esta região. Muitos tumores do reto são tratados com cirurgias que preservam o esfíncter anal, através da utilização dos grampeadores, evitando assim as colostomias. Após o tratamento cirúrgico, realizado o tratamento quimioterápico, que é sempre feito quando indicado, e, muitas vezes, o radioterápico, que só é prescrito em casos específicos.