Aids: motivos para comemorar, outros para refletir

Dezembro marca a luta contra a AIDS em todo o mundo, é um período para refletir sobre o atual panorama, comemorar os bons resultados e sobre aqueles que ainda precisam ser melhorados. É também oportuno intensificar os alertas à população sobre os riscos, sintomas, métodos preventivos e desmitifcar a doença.

Desde 1º de dezembro de 1988, data em a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Assembleia Mundial de Saúde estabeleceram O Dia de Luta contra a AIDS, muita coisa mudou.

Hoje o Brasil é um modelo de prevenção e combate. O programa DST/AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde atende, cerca de 200 mil pessoas, oferecendo todos os medicamentos necessários.

“Ainda é preciso melhorar a distribuição dos benefícios que o programa confere para todas as regiões do país. Há regiões, por exemplo, em que o número de serviços e médicos ainda é reduzido”, afirma o dr. Aluísio Augusto Segurado, diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) disponibiliza em seu site www.sbi.org.br o serviço Fale Conosco. “Através dele é possível tirar dúvidas com especialistas. As mais frequentes costumam ser sobre a transmissão ou os medicamentos”, revela o especialista.

Panorama atual

Recentes estatísticas divulgadas pelo Ministério da Saúde apontam que os casos de AIDS aumentaram nas regiões Norte, Nordeste e Sul. No Sudeste houve redução, e no Centro-Oeste manteve-se estável. No entanto, há também boas notícias:

“Observamos redução importante dos números de casos transmitidos da mãe para o filho”, ressalta o especialista. “A inclusão do rastreio da doença no pré-natal e as campanhas do Ministério têm enfatizado a relevância deste exame”.

Com esse intuito, cartazes foram espalhados em todas as unidades básicas de saúde do país com a frase: “Exija o teste anti-HIV, ele é um direito seu e do seu bebê!”

Grupos de risco

Atualmente, os grupos que mais preocupam os especialistas e autoridades da área da saúde são os jovens. “Estes indivíduos não viveram o auge da epidemia, quando houve muitas mortes. Por isso, diversos jovens têm a ideia equivocada de que a AIDS é uma doença benigna, que pode ser controlada por remédios. É preciso alertar esta população de que o sexo pode trazer, além de prazer e felicidade, doenças sexualmente transmissíveis e uma gravidez indesejada.”

No caso de sexo inseguro, é também preciso alertar para a importância do diagnóstico precoce. “O ideal é que a infecção seja diagnosticada o quanto antes, para que o indivíduo possa se beneficiar do tratamento. Quanto mais cedo for iniciado, melhores os resultados. Além disso, o tratamento também tem a função de reduzir a possibilidade de transmissão”.

Teste rápido

Outra boa notícia é a disponibilização do teste rápido para diagnóstico do HIV no SUS. Ele permite verificar se a pessoa já teve contato com o HIV, ou seja, se é soropositiva. É realizado nas unidades de saúde ligadas ao programa de DST/AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde: “O resultado fica pronto em quinze minutos e utiliza uma única gota de sangue”.

O Teste Rápido faz parte de uma ampliação de campanha do Ministério da Saúde que se chama “Fique Sabendo”. “É essencial que a pessoa saiba se já foi ou não infectada pelo HIV, mesmo antes que qualquer manifestação clínica apareça, pois assim terá acesso ao tratamento”.

“A confirmação da infecção acontece quando o exame aponta uma deficiência imunológica, ou seja, um número de linfócitos CD4 positivos inferior a 350 por milímetro cúbico no sangue, ou a presença de infecções ou tumores oportunistas”, revela o dr. Aluísio.